Sofia Ribeiro Fernandes, crónicas de uma Mãe Pediatra e de uma Pediatra Mãe



Sofia Ribeiro Fernandes, crónicas de uma Mãe Pediatra e de uma Pediatra Mãe


terça-feira, 19 de março de 2013

Pai...

Pais...há muitos!
Pai Natal envelhecido e barrigudo, desenhado nas páginas da infância com laçarotes dourados corpulentos com cheiro a azevinho. Pai Nosso que estais no Céu, cântico que ecoa numa voz única pelos claustros das igrejas pomposas aos domingos de manhã. Pai angustiado o que carrega no colo o príncipe adoecido e na mão trémula o papel amarrotado em que a mãe desenhou os sintomas, que não sabe quanto pesa, os remédios que tomou. Pai que enruga a testa e faz uma força maior que a da própria Mãe na ânsia do primeiro choro. Pai que leva na mala desgastada os poucos tostões e vai para longe em busca de um sonho de todos. Pai de mãos fortes e ásperas com cheiro a peixe, que arregaça as mangas da camisa de flanela ao xadrez e embarca no mar todas as noites. Pai que dá um carro sofisticado aos 18 anos. Pai de avental florido que namora o fogão.  Pai que dá um beijo de boa noite. Pai que cheira a charuto e Oppium. 
O meu Pai é um homem de cabelo às riscas, de mãos tisnadas pela vida, que arregaça as mangas e que se descalça quando é preciso, que namora o fogão e faz petiscos de crescer água na boca, que iça o príncipe R. no colo dorido, que deixa cair lágrimas, que sorri, que fica e que está sempre...
Pai é ser como o meu: aquele que fica e está Sempre.

Ao meu Pai, ao Pai do R., ao Pai da minha Mãe, ao Pai do meu Pai, ao Pai do Pai do R., aos outros Pais e aos Pais que o são sem nunca o terem sido...



Pai da Mãe do R., mais conhecido com Vuvu Bigu


Pai do Pai do R., mais conhecido como Vuvu Jonas

Pai do R.







3 comentários:

  1. Um dia feliz para o Príncipe R. e para os Papás.

    Um beijinho

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  2. Todos os pais que o são e serão, e nunca aos que um dia foram. Porque sendo pai um dia, o será para sempre!
    R. tens a pinta do teu pai!

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