Vacinar, vacinar, vacinar é o lema!
Para os mais leigos, as vacinas são a arma mais valiosa que
temos para prevenir algumas doenças e contribuiu para uma franca melhoria da
saúde pública e erradicação de algumas doenças.
Em Portugal, o Plano Nacional de Vacinação, gratuito e acessível a
todos, é talvez um dos melhores da Europa (arrisco-me a dizê-lo!). E, não é
questionável que deve ser cumprido. O não cumprimento prejudica o seu filho e
os filhos dos outros.
As vacinas extra-plano, são as que não pertencem ao plano
nacional de vacinação, são pagas e opcionais.
Aos meus doentes começo sempre por explicar que cada nome
estranho, por exemplo, Meningococo, é
como se fosse o apelido de uma família. Isso não significa que se consiga
combater todos os seus membros.
Explico assim: “a família Fernandes tem a Mãe G, o Pai F, a
filha S, o neto R, a prima I. Se houver uma vacina G contra a família
Fernandes, esta inactiva a Mãe mas não os restantes membros da família”. Por isso, às
vezes, mesmo fazendo a vacina contra a meningite, o seu filho pode ter meningite,
mas esta não será certamente do serogrupo
referente à vacina. Uma vacina contra o Meningococo
B impede que o seu filho tenha doença
meningocócica invasiva causada pela estirpe B, mas não o impede por exemplo de
ter meningite vírica (que é facilmente tratável). Acontece muito dizerem-nos: “mas
fez a vacina da meningite, como é possível agora ter meningite?”. É exactamente por este motivo.
E, posto isto, apresento-vos a única vacina com eficácia na
prevenção da doença meningocócica invasiva pelo Meningococo B, a Bexsero®.
Existem 13 serogrupos de Meningococo,
mas os que causam doença são maioritariamente o A, B, C, Y, W135 e X1. Na
Europa, os grandes causadores são os serogrupos B e C. A doença causada pelo Meningococo ocorre mais no Inverno e
Primavera e afecta sobretudo lactentes e crianças. A vacina contra o Meningococo C existe como parte do PNV
desde 2006 e levou a uma quase ausência de casos de doença provocada por este
serogrupo. Agora, surge a vacina contra o Meningoco
B, que é neste momento o grande causador de doença meningocócica invasiva em
Portugal.
Foi testada, tendo revelado eficácia e segurança. Como
efeitos laterais, conhece-se os já habituais de algumas vacinas, nomeadamente a
febre, que é controlada com paracetamol. Pode ser administrada ao mesmo tempo
que as vacinas do PNV, nomeadamente com a vacina anti-pneumocócica conjugada.
O esquema da sua administração é o seguinte:
Uns afirmam com toda a certeza que é para fazer, outros
estão expectantes.
Como Pediatra, tenho o dever e obrigação de falar sobre a vacina
e explicar tudo sobre ela até o preço de cada dose (98,36 euros, aproximadamente).
Como Mãe-Pediatra, vou fazê-la com toda a certeza, mas ainda não a fiz, porque
nunca é tarde para a fazer. Se a recomendo? Claro que sim, mal haja oportunidade vacinal e disponibilidade financeira.
Excelente tema, excelente ajuda Sofia. Obrigada! Tenho a certeza que muitas mãe estão gratas e esclarecidas neste momento. Beijo grande
ResponderExcluir100% de acordo. Apenas uma questão de terminologia para que se saibam bem as coisas. Não existe nenhum Plano Nacional de Vacinação. O único Plano ministerial de saúde é o Plano Nacional de saúde e envolve sempre perspetivas para alguns anos, o que fazer e cumprir. Depois existem lá dentro vários Programas execucionais, tais como o PNV (Programa Nacional de Vacinação), o qual, apesar das carências económicas do País, continua a ter uma excelente qualidade. Já agora, porque não lutarmos todos para a integração da Bexsero (vacina contra o Meningococo B no PNV?
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