Sofia Ribeiro Fernandes, crónicas de uma Mãe Pediatra e de uma Pediatra Mãe



Sofia Ribeiro Fernandes, crónicas de uma Mãe Pediatra e de uma Pediatra Mãe


segunda-feira, 11 de março de 2013

Café

Movo-me a café... digo antes, a cafés...
Café castanho escuro, às vezes com cheiro a queimado, em chávenas de louça. Café de cafeteira de metal antiga, café da cafetaria da esquina, café do bar do hospital. Café com açúcar branco ou amarelo derretido com uma colher-pluma de alumínio. Café que se engole num trago só e aquece o peito.
O R. pequeno príncipe-homem tem um lote de grãos de café imaginário. Convida-me todos os dias para um café quente em chávena de porcelana transparente e com o seu tom emproado pede à senhora dos cafés, que eu não vejo, dois cafés. E, os cafés são recebidos com um sorriso rasgado e um obrigado gestual. Num movimento quase bailado rasgamos o pacote de açúcar e deixamos cair do alto na chávena de porcelana. Rebolamos a colher em círculos velozes, pousamos e engolimos o café... Não houve nenhuma vez em que não tivéssemos queimado a língua. E, é o café que é transparente e que queima a língua, o meu café favorito.



"Dois cafés...", ar emproado de homem e dois dedos esticados

5 comentários:

  1. Apesar de não gostar de café, este sobe-me muito bem.
    Boa semana. Mil beijinhos**

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  2. Eu também vos acompanhava neste café invisível.
    Um beijinho*

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  3. Que crónica tão deliciosa!

    Que fofura que este pequeno R. é, só apetece enche-lo de beijos nestas bochechas gorduchas!
    Apaixonei-me por este menino, venho cá todos os dias vê-lo :)

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