O primeiro sinal de vida é a voz do coração, um som desenfreado, apressado, fugidio.
Segue-se uma ânsia de choro no momento derradeiro da passagem para o Mundo...é a voz mais desejada! Todos os ouvidos florescem atentos na ânsia que chegue logo: um choro viril, altivo, por vezes atrapalhado, um grito mágico, a voz de uma alma crua.
Cada alma tem uma voz, aquela que sai para fora, que não se vê, não se palpa, não se cheira...mas que invade os ouvidos e por vezes nos enche a alma.
São mil e uma vozes que conheço: fininhas como agulhas, roucas como um trovão, abafadas como um eco entre quatro paredes, vagarosas como as lesmas do jardim, vorazes como a água das cascatas, fervilhantes como a sopa nas panelas, despidas como o frio...
Confesso que apaixono-me por vozes, fico enraivecida com vozes, entristecem-me certas vozes e outras fazem-me repousar!
Há nesta melodia uma voz condensada de criança, que me eleva e me faz sonhar... Apaixonem-se!
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