Encontro-me agora como mera espectadora de um silêncio arrasador e ansioso de uma Mãe ao lado do leito do seu pequeno príncipe de respiração ofegante. Um rosto desenhado de olhos arregalados fixa-se no televisor colorido de linhas vermelhas, azuis e amarelas que desenham cada segundo daquele corpinho delgado. As mãos suadas a agarrar a cadeira, a perna trémula que bate ao som do pi-pi-pi, assentam numa sensação de inutilidade- que eu também já vivi.
Ao lado, um rosto impávido estende a mão para o príncipe, inerte, sentado, a viver no seu invólucro de pedra. Era preciso um olhar, era preciso um abraço, mesmo que mudo. Era preciso limpar as lágrimas que logo se despenharam dos olhos da Mãe, senhora de mãos suadas e perna trémula, quando lhe pousei a mão no ombro. E, era só preciso uma mão no ombro.
Detesto, detesto homens, senhores ou, diria até, meninos com rostos de pedra, que escondem a dor-inocentemente, acredito que a sintam- e enclausuram o espírito de mãos fechadas.
De modo algum, esta crónica é uma representação de feminismo. Apenas e só, reflecte o que vi, senti e sinto e vejo repetidamente, sobretudo no reino onde os príncipes e princesas, nascem, respiram e o são de outra forma: uma forma mais especial de o Ser.
De modo algum, esta crónica é uma representação de feminismo. Apenas e só, reflecte o que vi, senti e sinto e vejo repetidamente, sobretudo no reino onde os príncipes e princesas, nascem, respiram e o são de outra forma: uma forma mais especial de o Ser.
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