As mãos do R. são balofas, mornas como o pão acabado de cozer, pesadas como o nevoeiro sobre o sopé das montanhas, irrequietas dançarinas a gesticular uma voz que teima em não sair.
As mãos do R. desenham no vento círculos torcidos e riscos, encavalitam-se, os dedos abraçam-se e constroem um abecedário transparente de mil e uma letras e palavras... As mãos do R. dizem obrigado, dizem olá, dizem adeus, pedem desculpa.
São as mãos aprendizes do R. que se abraçam a dizer que têm frio, que rebolam na barriga-balão a dizer que têm fome, que apontam os bichos, pintam as cores.
Mas, o silêncio das mãos do R. é a voz mais genuína, inata, crua, a que não foi aprendida, a que vem do coração saltitante... E, esse silêncio desenha-o com as palmas mornas, vagarosas, a deslizar no meu rosto.
A linguagem gestual, tal como a linguagem do coração, é universal. O principe R. é um aprendiz dos gestos e um mestre na linguagem do coração. Eu, sou uma aprendiz de ambas...
Mãos que apontam os bichos
E eu sou um aprendiz de vocês os dois:)
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