O Pai tem barba a encher as bochechas iguais às da minha avó e pica na minha cara. O Pai tem as unhas roídas e uns dedos iguais aos meus, que se sobrepõe quando está pensativo. O Pai tem palavras rápidas e fica bonito quando está zangado. O Pai tem um perfume que dá comichão no nariz. O Pai tem braços grandes que me levantam e me fazem deitar encostada ao pescoço quente. O Pai tem muitos amigos e gosta de festas. O Pai gosta da parte dos bolos que fica crua e faz doer a barriga. O Pai gosta de abrir os frascos de vidro da Compal para sentir, na ponta dos dedos, o estalido. O Pai gosta de arroz com frango e não de arroz de frango, como a Mãe lhe ensinou a dizer. O Pai aprendeu a gostar de retratos e fotografias e agora já pede para o fazermos. O Pai ajuda muitos meninos e meninas a nascer mas, a mim, segurou-me nos braços trémulos e vestiu-me roupas de anjo.
O Pai respira um vento morno na minha cara quando nos deitamos lado a lado ao ritmo dançante do bater do coração.
O Pai, que é meu, guardo-o em cada fragmento de célula de mim e enche-me de luz a alma.
Agradeço já pelas caminhadas que fazemos e faremos juntos lado a lado, porque quando for maior e me esquecer de o fazer, podes lê-lo aqui.
Agradeço já pelas caminhadas que fazemos e faremos juntos lado a lado, porque quando for maior e me esquecer de o fazer, podes lê-lo aqui.
Feliz Dia de Ti...
S&P, por Ricardo Siva Fotografia |
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