Incentivo à Natalidade. Muito se fala e se escreve sobre isso. Opiniões de pessoas importantes, muitas delas que até nem têm filhos.
Sou de uma geração de mulheres que trabalham e também são Mães. Sou de uma geração de mulheres que quiseram ser Médicas e também quiseram ser Mães. Pois bem, se já era complicado, trabalhar e ser Mãe, muito mais ficou agora que esta trabalhadora também é Médica. Ser Mãe-Médica é quase uma anormalidade...ou às vezes, parece.
"Atestado de gravidez de risco?!!! Agora, todas fazem isso... Gravidez não é doença e todas se lembram de colocar atestado para não trabalhar.
Quem vai fazer as noites? É por isso que se preferem os Médicos(-machos), sem ofensa. Não dão estes incómodos...
Horário de amamentação? Mas ainda estão a amamentar? Modernices...
Falta por doença do filho? Impossível... Está escalada para aquele turno e não há mais ninguém para o fazer. Não pode por atestado."
É isto que acontece. Tal e qual. Sob a Teoria do "há mais quem faça o seu trabalho", a Mãe-Médica quase que renega aos seus direitos agora tão falados e quase aplaudidos. É-lhe apontado o dedo sempre que alguém tem que substituir a Mãe-Médica cujo filho ficou doente ou que pôs atestado por gravidez de alto-risco...
Detesto esta hipocrisia pública de pessoas importantes falarem de incentivo à Natalidade, quando aqueles que tratam das crianças e dos Pais são os primeiros a decapitá-la.