Sofia Ribeiro Fernandes, crónicas de uma Mãe Pediatra e de uma Pediatra Mãe



Sofia Ribeiro Fernandes, crónicas de uma Mãe Pediatra e de uma Pediatra Mãe


domingo, 11 de maio de 2014

A ti, minha querida M

À M.,
A minha Mãe costuma dizer (e bem) que me engano facilmente, que tenho sorriso fácil e gratuito, que amo à primeira vista e por isso, engano-me demasiadas vezes. Enganei-me contigo e tu sabes. Cinco anos de vida em comum nas paredes de meninos víricos, bacterianos e meninos com e sem relógio. Cinco anos de bom-dia-só ou quase-só-bom-dia. Conversas curtas de corredor, banais. Eu, de unhas vermelho-morango e saltos-agulha bem altos, airosa. Tu, airosa desse teu jeito de M., afável, de olhos meigos em unhas transparentes e rentes, de sabrinas despretensiosas. Cinco meses antes da meta dos cinco anos, o destino juntou-nos. Misturamos a loucura de uma e a sensatez da outra. Rimos até fazer doer a barriga. Abraçamos o medo e mãos dadas. Sentámo-nos no chão da porta do Serviço de Pessoal para entregar os currículos, escritos em modo automático de quem não dormia há mais de trinta horas. Viajámos no asfalto de farda igual, branca-encardida, olheirentas, estetoscópio em punho. Chorámos juntas por tudo e por nada. Deste-me puxões de consciência tão à M. Obriguei-te a ir pintar o cabelo. E, vimos crescer as barrigas uma da outra.
A ti, minha M. do coração... que hoje me fizeste borboletas na barriga. 
Parabéns! 
Adoro-te!

M & S





8 comentários:

  1. Por vezes, na vida, encontramos uma amiga especial. Alguém que "vai estando" connosco, que vive os mesmos problemas e as mesmas aflições mas também ri connosco nos momentos de alegria... Isso é uma amizade pra sempre... e para sempre não tem fim!

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  2. As diferenças de personalidade, de opinião, de ser e ver as mesmas coisas é o que nos faz evoluir.
    Perceber que, por muito diferentes que sejamos, respeitando-as só nos completamos.
    E na maior parte das vezes aparece essa empatia onde e quando menos esperamos, pois mesmo as MÃES tendo sempre razão, vamos encontrando verdadeiras "Pedras preciosas " para a vida.
    Felizmente algumas transformam-se em "pilares" que suportam os nossos ombros quando mais precisamos e nos dá um prazer enorme retribuir, nem que seja da maneira mais extravagante ou inesperada mas com a certeza que é com o maior carinho do Mundo.
    Ventos .....
    Ventos de coisas boas :-))

    Beijinhos as duas;-)

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  3. Está um pouco confuso o texto, não dá para perceber o contexto da história.

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  4. Respostas
    1. Claro que não! Um pouco confuso está o segundo comentário .Direi antes, um pouco metaforizado. Mas qualquer pessoa consegue perceber o que está implícito. E eu, consegui!

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  5. Parece Português.

    talvez uma questão de ênfase!!

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  6. Concordo, a crônica não transmite o que quer dizer... As vezes, para quem escreve, faz mais sentido porque está a viver a situação...

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