Crise, tesouradas avulsas nos ordenados, horas que não cessam mais, pais, mães e filhos, direitos, deveres, constitucionalidade, pátria, cravos. É uma lista interminável de palavras...
A crise que eu reconheço nos meninos, filhos de pais de meninos, é uma crise sem palavras.
Mais meninos despejados pelo corredor do Serviço de Urgência onde as cadeiras plásticas frias já não chegam para tantos. Mais meninos menos gordos, menos rosados, menos agasalhados. Mais meninos que não fazem os xaropes de sempre e mais farmácias cheias. Mais olhos tristes de meninos e de mães e pais de meninos que não tem nada nos bolsos. Mais meninos com eritema das fraldas porque as fraldas ficam no supermercado e aguentam mais tempo pesadas. Mais meninos que fazem asneiras de meninos grandes, engolem comprimidos e choram por dentro. Mais meninos que não vão às consultas porque os pais não podem não ir trabalhar. Mais meninos com estômago oco ou recheado da promoção plástica do macdonnalds. Mais meninos que não sabem saltar à corda, jogar pião ou elástico. Mais meninos que vivem sozinhos. Mais meninos que não sabem dar beijos, porque não sobra tempo para eles.
A crise do País é a crise de uma geração de meninos que são mais de muito menos...
A crise do País é a crise de uma geração de meninos que são mais de muito menos...
Felizmente ainda vamos tendo destes sorrisos :-))
ResponderExcluirDeles também há falta!! e muita!
É bem vindo, mantém-no e contagia, continua a contagiar, como sempre fizeste a quem te rodeia.
Beijinho e um :-)) para ti e por ti.